Lamech – uma biografia escrita com hidroblood

Boa noite a todos, espero que estejam bem no conforto de seus lares, enquanto eu, Lamech, bebo mais um cálice de hidroblood, aqui nesta casa humilde onde o fogão à lenha não basta para esquentar mais uma fria noite de verão no norte de Fâerun.
Meus pais… tem vezes que não gosto de lembrar deles. Não por ser insensível, pelo contrário. É porque, mesmo tendo passados 27 anos da perda deles, ainda sinto como se fosse hoje. Eles eram mineradores em Anauroch, e como pedras não crescem de volta como fazem as lavouras, nós éramos obrigados a nos mudar de tempos em tempos. Não sabíamos o que era uma casa sólida, e sempre moramos numa tenda.
Era uma noite de inverno, e nós 3 dormíamos juntos para suportar o frio da noite.
Lenha? Era artigo raríssimo em Anauroch, o que nos obrigava a consumir quase sempre crus os animais que encontrávamos por lá. A sorte é que, pelo fato de Anauroch ter algumas riquezas minerais, pelo menos podíamos salgar a carne.
Pois bem, este aparte sobre a lenha foi apenas para explicar por que o frio era tão inclemente até mesmo do lado de dentro da tenda. Assim, apenas o hidromel restava para nos aquecer.
Não lembro como e quantas eram aqueles criaturas, e a fraca luz das estrelas não ajudava em nada. Só sei que aqueles seres invadiram a tenda, e mataram meus pais antes que eu tivesse tempo de me despedir deles. Paralisado pelo medo, não pude nem gritar para que aqueles seres notassem minha presença e me arrancassem do tormento de ter perdido meus pais tão cedo.
Sem poder sair dali por causa da escuridão, esperei pelo amanhecer, e depois saí vagando por algumas horas, até ser encontrado por alguns bárbaros. Eles me treinaram nas artes da guerra, e minha sede de vingança ajudou no aprendizado. Pena que eu frequentemente direcionava minha sede para o lado errado, e acabava matando alguns pintinhos que eles criavam.
Temendo pela perda de seu rebanho de galinhas, eles me internaram num bando de ladrões. Ali, aprendi a ser discreto, pois na minha nova profissão não convinham os espalhafatosos métodos dos bárbaros, que frequentemente anunciam sua presença destruidora com gritos que podem ser escutados por todo o continente de Fâerun. Mas os bárbaros sempre vêm me visitar, e em troca do hidroblood que forneço a eles, recebo galináceos que abato à minha maneira, arrancando a cabeça com os dentes.
Ah sim, eu transformo o hidromel em hidroblood com o sangue destas aves.
Encerro por aqui este relato, pois, por algum estranho motivo, já estou começando a ver 2 penas de escrita, e o mundo está começando a girar ao meu redor.

8 Respostas to “Lamech – uma biografia escrita com hidroblood”

  1. Filipe Larêdo Says:

    Muito bom, Luciano. Percebo que você conseguiu absorver muito bem a dinâmica de criação de histórias, principalmente pelo fato de descrever os primeiros passos de Lamech. Agora estou curioso pra sebar como foi esse treinamento.

    Abs.

  2. Muito bacana…
    O que seria exatamente hidroblood?

    • lucianoblaszkowski Says:

      Boa tarde guerreiros,
      Hidroblood é uma bebida que tive a idéia de fazer misturando sangue de galinhas abatidas à minha moda, ao hidromel que os bárbaros me fornecem. Mas misturo só um pouco de blood, só pra dar uma corzinha e um gostinho.
      Quanto ao treinamento… então, não lembro muita coisa porque fui deserdado cedo do bando de bárbaros. Mas os bárbaros eram chamados com uma certa frequência para intervir em agitações plebéias. Então o treinamento foi bem vivencial. A idéia era lutar o mais em bloco possível, com alguns usando amplos escudos e outros atirando sem parar com suas flechas. Aí depois que já víamos que o bando agitador estava bem fragmentado, partíamos pro corpo-a-corpo. Era divertido, muita tinta vermelha rolava no chão, pena que de vez em quando era a nossa. Mas nada que curativos generosamente untados com hidromel não resolvessem.
      Heil hidroblood!

      • Filipe Larêdo Says:

        Luciano,
        Acho que tanto uma descrição mais detalhada do hidroblood, quanto a narrativa do seu treinamento são pautas mais do que interessantes para novas postagens de prelúdio.

  3. Filipe Larêdo Says:

    Estou bastante curioso para saber como é feito de verdade esse hidroblood.

    • Salve Laredowski!
      Quanto ao treinamento, como eu era muito novo e já faz tempo que aconteceu, não posso dar os detalhes. Quanto ao hidroblood… bem, eu olho pra galinha, ela olha para mim com uma cara apavorada (não sei por que!), aí mordo com força o pescoço dela, e escorro o sangue da cachola dela para dentro do hidromel. Se fica faltando sangue para dar uma cor legal à bebida, derramo um pouco de sangue do corpo dela. Não reque prática nem habilidade, só um pouco de força na mandíbula, e não se importar com gosto de carne crua.
      Heil hidro!

  4. Essa conversa de hidroblood vem de longe!

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