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Sonhos de uma noite em Cachoeira da Adaga, e nova missão

Posted in Ambientação on Fevereiro 4, 2013 by lucianoblaszkowski

Boa noite guerreiros e guerreiras!
Depois de nosso “passeio no parque” pelas Montanhas da Boca do Deserto, de onde recuperamos a Mão de Moradinh, percebemos que estávamos a fim de… passear, mais um pouco. Assim, foi com uma pontinha de ansiedade pelos perigos do futuro, e com 7 pontonas de expectativa pelas novas batalhas, que acolhemos a proposta de Mourngryn: ir até o Castelo do Penhasco, e conhecer a formosa arquitetura local.
Ok, ok… não era bem esta a proposta. A questão é que, com uma frequência incômoda, vinham sendo laçadas pedras de grandes dimensões em direção ao Vale da Adaga. E existiam fortes suspeitas de que elas estavam sendo lançadas a partir deste castelo, o que não batia com a hipótese de que este castelo estaria desocupado. Diante da possibilidade de matar alguns orks, e de ganhar um singelo título de nobreza e uma pequena propriedade ao final da atividade, eu pessoalmente fiquei muito entusiasmado. Até porque, meus pais foram mortos por orks. Assim sendo, nunca me cansaria, nem me cansarei, de matar criaturas desta sub-raça. Certo, exceção feita ao saudoso meio-ork Salim Farug Slog. Que Tempus o tenha em seus campos de batalha eternos, onde as batalhas são a doce atividade eterna dos que morreram em nome do bem e da justiça!
Não bastasse o generoso pagamento pela expedição, recebemos soberbo apoio logístico, com base em alimentação, carroças e montarias, 1 corda e 1 poção de cura por integrante da comitiva.
Depois que Graves foi a algum lugar incógnito, provavelmente ao graveyard, se juntou a nós Hugil Mão Pequena. Com este nome, só poderia ser um ladino… Mas, a verdade é que os ladinos compartilham com nós, bárbaros, o mesmo histórico de serem pouco considerados pela sociedade burguesa tucana de Faerûn. Bem, não sei direito o que são tucanas, mas dizem que tem muito disto num continente ao sul de Faerûn e da Linea Equinocialis.
Porem, antes de partirmos para mais esta expedição, cada um de nós foi resolver seus assuntos, domésticos ou indomesticáveis. Taugrim foi levar a Mão de Moradeen até sua ferraria em Cachoeira da Adaga. Lá, entregou o artefato a seu primo Azaghal, que no momento está administrando as marteladas por lá. Eu fui na taverna de Hubin tentar levantar informações sobre a situação no Castelo do Penhasco. Nada consegui quanto a isto, mas pelo menos conheci os encantos das mulheres do Vale da Adaga. Não sei se eram humanas, mas desde que fossem mulheres, eu era bem eclético. Pelo menos até conhecer Flora. Certo, Flora não quis saber de meus rudes sentimentos e de meu bárbaro coração, mas sei que fiz meu melhor!
Logo depois se juntou a nós, Dain, outro anão. Ele tem o papel de cantar a fim de nos motivar em nossas batalhas, mas frequentemente se perde neste objetivo, e começa a bajular Taugrim… a bajulação mutua dos anões é incorrigível! Mas tudo bem, são bons anões, especialmente quando estão em batalha!
Enfim, depois de resolvermos assuntos privados e muito privados, partimos para nossa viagem. Tivemos que acampar perto de uma toca de lobos. Depois de minha primeira conversa com lobos nesta vida sévérina, consegui convencê-los a montar guarda para nós.
Chegando perto do castelo, notamos que a arquitetura dele era… Zentarim. Confesso que não admiro muito o estilo deles. Como o caminho ficou extremamente íngreme, tivemos que deixar carros e montarias em local plano e seguro, enquanto os seres bípedes da comitiva partiram para a escalada do morro onde fica o castelo. Flora e Aria sentiram medo nesta subida, e Hugil quase caiu durante a escalada. Porem, Dain localizou uma passagem secreta, e Aria, depois de se recuperar de graves ferimentos de um tombo durante a subida, seguiu junto conosco por esta passagem. Ela era uma forte subida em espiral. Ao fim desta subida, chegamos a um terraço, com estátuas demoníacas destruídas. Passando deste terraço, chegamos a um salão onde as estátuas de seres do mal ainda estavam de pé. Isto era sinal de que não poderíamos baixar a guarda…

Afinal, quem eram eles?

Posted in Ambientação, Prelúdios on Dezembro 3, 2012 by lucianoblaszkowski

Boa noite, e um beijo todo especial a uma humana que conheci recentemente, mas que já está cativando meu bárbaro coração! S2

Era uma noite aparentemente comum no semi-árido de Anauroch. Mas os bois de meus pais mugiam com uma força fora do comum. O vento uivava entre as frestas de nossa tenda. A lamparina tremia, lutando contra o frio que começava a congelar nossa água logo ao anoitecer.

Meu pai estava lá fora, lutando para ordenhar nossa vaquinha, Milekova. Um certo tempo depois, ele trouxe leite morno, que logo misturamos ao hidromel. Éramos 4: eu, meus pais e minha irmãzinha Anaura.

É verdade que fazia muito frio, mas minha mãe tremia mais que o normal. E apenas ela tremia, todos nós estávamos bem aquecidos pela mistura de leite com hidromel, mistura esta que batizamos carinhosamente de hidromelk.

Ela começou a falar: “Lembro como se fosse semana passada. Aqueles serem negros chegaram numa noite de inverno, como esta. Uma noite de ventos fortes como esta, e invadiram nossa casa de troncos de madeira como se ela fosse de papel. Eles comeram meus pais como se meus queridos fossem… carne moída. Comecei a berrar como leoa, embora não fosse eu a mãe a defender meus filhotes.  Eu era o único filhote. Lembro que entre aqueles seres negros malditos, que tinham a cor da própri morte, alguém tinha menor estatura e voz menos gutural. Este ser, que descobri depois que era uma mulher, me colocou dentro de suas roupas de couro não curtido. Me senti como se estivesse sendo engolida, porém anos depois aprendi que ela estava mostrando toda a ternura que uma mãe ork sabe demonstrar. Ao chegarmos em uma caverna sombria como a noite invernal do Gelo Alto, ela me pintou de preto com piche, e só anos mais tarde eu soube que sou branca como a lua, quando fugi de minha mãe adotiva, tomei banho num rio quase congelado perto de Cahoeira da Adaga, e soube que na verdade eu era branca como a neve. Mas, o que importa é que não sei quanto tempo passaremos juntos. Só sei que, à minha maneira de bárbara rude, amo vocês.”

Logo ela apagou, e começou a roncar como o próprio vento que passava por nossa tenda. Eu, evidentemente, perdi totalmente o sono, apesar de ver o mundo girando ao meu redor. Quando eu já estava com meu coropo dolorido pelos tremores e encharcado de suor frio, eles chegaram. No meio, alguém com estatura menor e cabelos brancos escondeu minha irmã dentro de sua roupa, e me cobriu com uma peça de couro. E fico pensando:  o que moveu estas orks a terem estes gestos de relativa compaixão? E será que a ork que salvou minha mãe foi a mesma que salvou a mim? E minha irmã? Ela ainda vive? Será que ela ainda me reconheceria?

Heil hidroblood & heil blood!

Posted in Ambientação on Julho 15, 2012 by lucianoblaszkowski

Boa noite a todos os guerreiros que quase deram a vida na noite passada!
Hidroblood é uma bebida que tive a idéia de fazer misturando sangue de galinhas abatidas à minha moda, ao hidromel que os bárbaros me fornecem. Mas misturo só um pouco de blood, só pra dar uma corzinha e um gostinho.
Quanto ao treinamento… então, não lembro muita coisa porque fui deserdado cedo do bando de bárbaros. Mas os bárbaros eram chamados com uma certa frequência para intervir em agitações plebéias. Então o treinamento foi bem vivencial. A idéia era lutar o mais em bloco possível, com alguns usando amplos escudos e outros atirando sem parar com suas flechas. Aí depois que já víamos que o bando agitador estava bem fragmentado, partíamos pro corpo-a-corpo. Era divertido, muita tinta vermelha rolava no chão, pena que de vez em quando era a nossa. Mas nada que curativos generosamente untados com hidromel não resolvessem.
Quanto ao treinamento, como eu era muito novo e já faz tempo que aconteceu, não posso dar os detalhes. Quanto ao hidroblood… bem, eu olho pra galinha, ela olha para mim com uma cara apavorada (não sei por que!), aí mordo com força o pescoço dela, e escorro o sangue da cachola dela para dentro do hidromel. Se fica faltando sangue para dar uma cor legal à bebida, derramo um pouco de sangue do corpo dela. Não reque prática nem habilidade, só um pouco de força na mandíbula, e não se importar com gosto de carne crua.
Heil hidro!

Lamech – uma biografia escrita com hidroblood

Posted in Prelúdios with tags on Junho 16, 2012 by lucianoblaszkowski

Boa noite a todos, espero que estejam bem no conforto de seus lares, enquanto eu, Lamech, bebo mais um cálice de hidroblood, aqui nesta casa humilde onde o fogão à lenha não basta para esquentar mais uma fria noite de verão no norte de Fâerun.
Meus pais… tem vezes que não gosto de lembrar deles. Não por ser insensível, pelo contrário. É porque, mesmo tendo passados 27 anos da perda deles, ainda sinto como se fosse hoje. Eles eram mineradores em Anauroch, e como pedras não crescem de volta como fazem as lavouras, nós éramos obrigados a nos mudar de tempos em tempos. Não sabíamos o que era uma casa sólida, e sempre moramos numa tenda.
Era uma noite de inverno, e nós 3 dormíamos juntos para suportar o frio da noite.
Lenha? Era artigo raríssimo em Anauroch, o que nos obrigava a consumir quase sempre crus os animais que encontrávamos por lá. A sorte é que, pelo fato de Anauroch ter algumas riquezas minerais, pelo menos podíamos salgar a carne.
Pois bem, este aparte sobre a lenha foi apenas para explicar por que o frio era tão inclemente até mesmo do lado de dentro da tenda. Assim, apenas o hidromel restava para nos aquecer.
Não lembro como e quantas eram aqueles criaturas, e a fraca luz das estrelas não ajudava em nada. Só sei que aqueles seres invadiram a tenda, e mataram meus pais antes que eu tivesse tempo de me despedir deles. Paralisado pelo medo, não pude nem gritar para que aqueles seres notassem minha presença e me arrancassem do tormento de ter perdido meus pais tão cedo.
Sem poder sair dali por causa da escuridão, esperei pelo amanhecer, e depois saí vagando por algumas horas, até ser encontrado por alguns bárbaros. Eles me treinaram nas artes da guerra, e minha sede de vingança ajudou no aprendizado. Pena que eu frequentemente direcionava minha sede para o lado errado, e acabava matando alguns pintinhos que eles criavam.
Temendo pela perda de seu rebanho de galinhas, eles me internaram num bando de ladrões. Ali, aprendi a ser discreto, pois na minha nova profissão não convinham os espalhafatosos métodos dos bárbaros, que frequentemente anunciam sua presença destruidora com gritos que podem ser escutados por todo o continente de Fâerun. Mas os bárbaros sempre vêm me visitar, e em troca do hidroblood que forneço a eles, recebo galináceos que abato à minha maneira, arrancando a cabeça com os dentes.
Ah sim, eu transformo o hidromel em hidroblood com o sangue destas aves.
Encerro por aqui este relato, pois, por algum estranho motivo, já estou começando a ver 2 penas de escrita, e o mundo está começando a girar ao meu redor.